domingo, junho 19, 2005

China: França exibe em Pequim "amostra" de festivais de música europeus

A França trouxe este fim-de-semana a Pequim uma "amostra" dos festivais de música na Europa, mas apesar do governo chinês ter aberto as portas à música electrónica, as regras foram as da conservadora China comunista.

Há vários anos à frente do festival anual "Les Trans Musicales", na cidade francesa de Rennes, Jean-Louis Brossard, organizador do fim-de-semana de concertos ao ar livre em Pequim, diz que as regras impostas pela parte chinesa ao festival tornam o evento "bizarro".

"Os chineses têm muito medo pela segurança. Não há álcool à venda, não é autorizado fumar na relva, as pessoas não podem ir para a frente do palco (têm de ficar a vários metros do palco)", descreve Jean-Louis Brossard.

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Para os dois dias de música moderna, os cabeças-de-cartaz são os Gotan Project, que misturam tango com música electrónica, e St.Germain, também de mistura de música electrónica com outros estilos, a par com o DJ chinês mais badalado, Wang Lei.

"Eu queria qualquer coisa que pudesse agradar e surpreender, e ao mesmo tempo acessível ao público chinês", refere Jean-Louis Brossard.
"Também tivemos a preocupação de trazer grupos politicamente correctos, porque é a primeira vez e não queremos chocar", assinala.

Apesar de terem conseguido furar o "cerco" do governo chinês à organização deste tipo de eventos, os promotores do evento ainda estão longe de arrastar multidões, até porque Pequim restringe a promoção deste tipo de espectáculos.

Nomes como os Gotan Project, St Germain, o DJ Big Buddha ou o DJ Morpheus, que integram a lista de 12 grupos franceses que actuam sábado e domingo, seriam suficientes para atrair alguns milhares de espectadores para um festival na Europa, mas não em Pequim.

Na capital chinesa, os organizadores do "Trans en Chine" esperavam atrair 8.000 espectadores em cada dia, mas no primeiro dia de concerto compareceram menos de metade [Lusa]